Sobre o projeto


O Projeto Águias de Penacho é um programa de monitoramento e conservação das aves de rapina dos gêneros Spizaetus, Harpia e Morphnus no Mato Grosso do Sul, iniciado em fevereiro de 2020. Somos uma equipe de biólogos e especialistas apaixonados e preocupados com a conservação das aves de rapina. Os objetivos principais do projeto são:
  • Estudar os padrões de distribuição, biologia e conservação das águias florestais (Spizaetus, Morphnus e Harpia) no Mato Grosso do Sul;
  • Compreender os padrões de distribuição e uso de habitat das águias do gênero Spizaetus na matriz urbana de Campo Grande;
  • Analisar os conflitos entre seres humanos e rapinantes de médio porte nas áreas rurais;
Atualmente, estamos conduzindo três estudos no Mato Grosso do Sul (ver estudos em andamento), que são mantidos com recursos próprios do coordenador do projeto Willian Menq.


As águias do Mato Grosso do Sul
Quando ouvimos a palavra águia, logo vem na mente a imagem da águia-americana ou da águia-dourada, espécies emblemáticas que ocorrem no hemisfério norte. Contudo, aqui no Brasil ocorrem nove espécies de águias, que são tão impressionantes quanto as populares espécies do hemisfério norte.

No Mato Grosso do Sul existem oito espécies de águias: harpia (Harpia harpyja), uiraçu (Morphnus guianensis), águia-pescadora (Pandion haliaetus), águia-serrana (Geranoaetus melanoleucus), águia-cinzenta (Urubitinga coronata), além das três águias-de-penacho do gênero Spizaetus (S. ornatus, S. melanoleucus e S. tyrannus).

Algumas, como o Spizaetus ornatus, S. tyrannus e S. melanoleucus, podem ser encontradas em diversas áreas florestais do estado, inclusive nas áreas verdes urbanas da capital Campo Grande. Outras, no entanto, são extremamente raras e restritas a poucas localidades do estado.

A mais possante dessas, a harpia (também chamada de gavião-real), vive na Serra da Bodoquena, além de contar com alguns registros dispersos no estado. O uiraçu, ainda mais raro, foi avistado uma única vez no Mato Grosso do Sul, na região do Buraco das Araras em abril de 2001, desde então nunca mais foi visto.

Por que estudá-las?
A presença dessas aves de rapina no Mato Grosso do Sul, inclusive no município de Campo Grande, despertou nosso interesse em estuda-las. São aves naturalmente raras que carecem de informações básicas sobre sua distribuição e biologia. Também são indicadores de biodiversidade, saúde ambiental e qualidade do habitat devido à sua sensibilidade às perturbações humanas e à contaminação ambiental. Além disso, a maioria encontra-se ameaçadas de extinção no estado, já que necessitam de extensas áreas de vida e sofrem com a caça indiscriminada.

Procurando águias do gênero Spizaetus na Serra do Maracaju, Mato Grosso do Sul.
Gavião-pega-macaco (Spizaetus tyrannus) sobrevoando a área urbana de Campo Grande, MS.
Gavião-pato (Spizaetus melanoleucus), fêmea adulta, na área rural de Campo Grande, MS.